
QUE TAL UMA PEQUENA ESCAPADINHA A VIEIRA DO MINHO (PARTE 2)?
PORTUGUÊS
Um dia, experimentem um exercício simples: pesquisem online um percurso curto que utilizam com frequência e depois explorem os seus arredores. Tentem definir um itinerário que vos permita conhecer melhor a região envolvente. Observem cada lugar, cada freguesia, e procurem aquilo que os torna únicos.
Em pouco tempo, terão uma lista de pontos de interesse tão extensa que talvez acabem por desistir de estabelecer um percurso, tantas são as possibilidades de visita!
Esse é o dilema do microturismo: tudo se torna demasiado vasto e complexo para o tempo de que dispomos. Mas, com alguma preparação, é possível redescobrir as regiões que nos rodeiam.
Pensamos conhecer todos os recantos, mas rapidamente percebemos que o mais belo ainda está por descobrir.
​
JORNADAS EM VIEIRA DO MINHO (PARTE 2)
​
Este é o percurso mais próximo do Gerês, já que Vieira tem a particularidade de possuir grande parte do seu território dentro do parque nacional. Isso permite imaginar vários passeios, desde a barragem da Caniçada até às imediações de Montalegre.
É, sem dúvida, o itinerário mais procurado pelos excursionistas de domingo, atraídos pela imagem espetacular das encostas do Cávado.
​
Partimos então de Anissó para alcançar a estrada Braga-Chaves. Mas, em vez de virar para norte, seguimos um pouco em direção a Braga, para visitar outro santuário: o de São Mamede, situado no concelho da Póvoa de Lanhoso. É preciso subir alguns quilómetros, mas o esforço compensa: lá do alto, a vista sobre o sítio arqueológico de Castro, a 750 m de altitude, é deslumbrante. Recomendo a visita durante a festa anual do gado e do leite, para aproveitar as animações e o ambiente local.
Depois da visita, podem regressar à estrada principal para continuar rumo a norte. Mas, se a fome apertar, façam um desvio até ao Galetino, uma reputada casa da região.
Daí, a Pousada da Caniçada fica a poucos minutos de carro — e o desvio vale muito a pena, já que a vista é de cortar a respiração.
​
Depois da Pousada, desçam até ao posto de turismo de Rio Caldo, junto às pontes que atravessam o Cávado. Aí encontrarão todas as informações necessárias caso queiram prolongar a vossa estadia no Gerês. Também podem embarcar no “Brancelhe”, um barco autorizado pela câmara municipal, que faz o circuito da barragem.
Seguindo depois o rio para sul, chegamos a Parada de Bouro (não confundir com o concelho vizinho de Terras de Bouro). Ao atingir a barragem da Caniçada, não deixem de admirar a monumental obra mural de Vhils, feita no muro de contenção.
​
Estamos agora no limite do concelho, em Parada de Bouro.
Esta aldeia, situada numa das zonas mais baixas do município, beneficia de um clima mais ameno, ideal para a produção de fruta — é aqui que se encontram as famosas laranjas de Parada. O leito do Cávado moldou um vale de rara beleza, sobretudo junto à ponte de Boco, onde é possível admirar a transparência das águas e a vegetação exuberante. A ponte é também notável do ponto de vista arquitetónico: foi uma das primeiras em betão armado da região, construída com um único arco. A zona impressiona ainda pela profusão de capelas e solares. As casas de Senrela e Vale testemunham a prosperidade que o vale conheceu no século XVIII.
​
Está na hora de regressar a Anissó, mas não se esqueçam de contar aos vossos amigos que viram a antiga casa do CR7, visível da margem esquerda da barragem, perto da praia.
Subindo para Soengas, a estrada revela o prestígio de uma época passada.
Encontram-se aqui inúmeros solares, capelas e grandes quintas, como a Casa do Encomum, datada de 1785, com a sua eira, os arcos em pedra e a capela anexa. Um pouco mais adiante, a Casa de Cibrão, também do século XVIII, chama a atenção com o brasão esculpido na fachada da sua capela, hoje transformada em alojamento local.
A estrada leva-nos em seguida até à rotunda de Cerdeirinhas, na Braga-Chaves, a poucos quilómetros apenas de Vieira, encerrando assim este segundo itinerário.
​
Propor-vos este percurso é um exercício fiel ao que vos sugeri no início: mesmo quando vivemos numa região, por vezes é difícil sair da nossa zona de conforto.
Espero que este segundo itinerário vos tenha inspirado e despertado a vontade de explorar as maravilhas escondidas do Minho.
​
ENGLISH
HOW ABOUT A LITTLE GETAWAY TO VIEIRA DO MINHO (PART 2)?
One day, try a simple exercise: look online for a short route you often take, then explore its surroundings. Try to define a route that helps you get to know the area better. Observe each place, each parish, and search for what makes them unique.
In no time, you’ll end up with such a long list of points of interest that you might even give up trying to define a route, simply because there’s so much to visit!
That’s the paradox of micro-tourism: everything becomes too vast and too complex for our limited time. But with a little preparation, we can rediscover the regions that surround us.
We think we know every corner, but soon realize the best is yet to be discovered.
​
DAYS IN VIEIRA DO MINHO (PART 2)
​
Here is the route that brings you closest to Gerês, since Vieira has the unique distinction of having much of its territory within the national park. This makes it possible to enjoy several walks, from the Caniçada Dam all the way to the outskirts of Montalegre.
This is probably the most popular route among Sunday strollers, drawn by the spectacular landscape of the Cávado slopes.
We leave Anissó to join the Braga–Chaves road. But instead of turning north, we head slightly toward Braga to visit another sanctuary: that of São Mamede, located in the municipality of Póvoa de Lanhoso. It’s a short uphill drive, but absolutely worth it: from up there, the view over the Castro archaeological site, at 750 meters altitude, is stunning. I recommend visiting during the annual cattle and milk festival, when the local festivities and lively atmosphere are in full swing. Once the visit is over, you can return to the main road and continue north. But if you’re feeling a bit hungry, make a stop at Galetino, a popular local spot.
​
From there, the Pousada da Caniçada is only a few minutes away by car, and well worth the detour, thanks to its breathtaking views.
After the Pousada, head down to the tourist office in Rio Caldo, right by the bridges that cross the Cávado. You’ll find all the information you need if you want to extend your stay in the Gerês area. You can also hop on board the Brancelhe, a boat authorized by the local council, that takes you around the dam.
Then follow the river southward until you reach Parada de Bouro (not to be confused with the neighboring municipality of Terras de Bouro). Upon arriving at the Caniçada Dam, take a moment to admire the monumental mural by Vhils, carved into the dam’s retaining wall.
​
You’re now at the edge of the municipality, in Parada de Bouro.
This village, located in one of the lowest zones of the municipality, enjoys a milder climate, perfect for fruit cultivation, it’s where the famous Parada oranges are grown.
The Cávado’s course has shaped a valley of rare beauty, especially near the Boco bridge, where you can admire the crystal-clear waters and lush vegetation.
The bridge is also remarkable from an architectural point of view: it was one of the first reinforced concrete bridges in the region, built with a single arch. The area also impresses with its abundance of chapels and manor houses. The homes of Senrela and Vale bear witness to the valley’s prosperity during the 18th century.
It’s time to return to Anissó, but don’t forget to tell your friends you spotted CR7’s former house, visible from the left bank of the dam, near the beach.
On the way back up through Soengas, the road lets you admire the prestige of a bygone era.
There, you’ll find many manor houses, chapels, and large farms like the Casa do Encomum, dating from 1785, with its threshing floor, stone arches, and adjoining chapel. A bit further along, Casa de Cibrão, also from the 18th century, catches the eye with the coat of arms carved on the chapel façade, which has now been converted into a guesthouse. The road soon leads us to the Cerdeirinhas roundabout on the Braga–Chaves road, just a few kilometers from Vieira, thus concluding this second itinerary.
​
Offering you this journey is a true reflection of what I suggested at the beginning: even when we live in a region, stepping outside our comfort zone can be difficult.
I hope this second itinerary has inspired you and sparked your curiosity to explore the hidden wonders of the Minho.
FRANÇAIS
QUE DIRIEZ-VOUS D'UNE PETITE ESCAPADE À VIEIRA DO MINHO (PARTIE 2) ?
Un jour, essayez un exercice simple : recherchez en ligne un itinéraire court que vous utilisez fréquemment, puis explorez ses environs. Essayez de définir un parcours qui vous permettra de mieux connaître les alentours. Observez chaque lieu, chaque paroisse, et recherchez ce qui les rend uniques.
En peu de temps, vous aurez une liste de points d’intérêt si longue que vous finirez peut-être par renoncer à établir un itinéraire tant les possibilités de visite seront nombreuses !
​
C’est le drame du micro-tourisme : tout devient trop vaste et trop complexe pour nos disponibilités. Mais avec un peu de préparation, on peut redécouvrir les régions qui nous entourent.
On pense en connaître tous les recoins, mais on se rend vite compte que le plus beau reste à découvrir.
JOURNÉES À VIEIRA DO MINHO (PARTIE 2)
Voici l’itinéraire le plus proche du Gerês, car Vieira a la particularité d’avoir une grande partie de son territoire dans le parc national. Cela permet d’envisager plusieurs balades, depuis le barrage de Caniçada jusqu’aux environs de Montalegre.
C’est sans doute l’itinéraire le plus fréquenté par les promeneurs du dimanche, attirés par l’image spectaculaire des pentes du Cávado.
​
Nous quittons donc Anissó pour rejoindre la route Braga-Chaves. Mais au lieu de tourner vers le nord, nous poursuivons un peu en direction de Braga, pour visiter un autre sanctuaire : celui de São Mamede, qui se trouve dans la commune de Póvoa de Lanhoso. Il faut grimper quelques kilomètres, mais cela en vaut la peine : de là-haut, la vue sur le site archéologique de Castro, à 750 m d’altitude, est splendide. Je vous recommande d’y aller lors de la fête annuelle du bétail et du lait, pour profiter des animations et de l’ambiance locale. Une fois la visite terminée, vous pouvez reprendre la route principale pour poursuivre vers le nord. Mais si vous avez un petit creux, faites un détour chez Galetino, une adresse locale réputée.
​
De là, la Pousada da Caniçada n’est qu’à quelques minutes en voiture et le détour vaut largement le coup, tant la vue y est à couper le souffle.
Après la Pousada, descendez jusqu’à l’office du tourisme de Rio Caldo, tout près des ponts qui enjambent le Cávado. Vous y trouverez toutes les informations nécessaires si vous souhaitez prolonger votre séjour dans le Gerês. Vous pouvez aussi embarquer à bord du « Brancelhe », un bateau autorisé par la municipalité, qui fait le tour du barrage. Ensuite, continuez à longer le fleuve vers le sud, jusqu’à Parada de Bouro (à ne pas confondre avec la commune voisine de Terras de Bouro). En atteignant le barrage de Caniçada, prenez le temps d’admirer la monumentale fresque murale de Vhils, réalisée sur le mur de soutènement.
Vous voici à la limite de la commune, à Parada de Bouro.
Ce village, situé dans l’une des zones les plus basses de la commune, bénéficie d’un climat plus doux, idéal pour la culture des fruits, c’est là qu’on trouve les célèbres oranges de Parada. Le lit du Cávado a modelé une vallée d’une rare beauté, notamment près du pont de Boco, où l’on peut admirer la transparence des eaux et la végétation luxuriante. Le pont est aussi remarquable d’un point de vue architectural : il fut l’un des premiers en béton armé de la région, construit avec une seule arche. La région impressionne également par la profusion de chapelles et de manoirs. Les maisons de Senrela et Vale témoignent de la prospérité qu’a connue la vallée au XVIIIe siècle.
Il est temps de rentrer à Anissó, mais n’oubliez pas de raconter à vos amis que vous avez aperçu l’ancienne maison de CR7, visible depuis la rive gauche du barrage, près de la plage.
​
En remontant vers Soengas, la route permet d’admirer le prestige d’une époque révolue.
On y découvre de nombreux manoirs, chapelles et grandes fermes, comme la Casa do Encomum, datant de 1785, avec son aire de battage, ses arcs en pierre et sa chapelle attenante. Un peu plus loin, la Casa de Cibrão, également du XVIIIe siècle, attire le regard avec le blason sculpté sur la façade de sa chapelle, aujourd’hui transformée en gîte. La route nous mène bientôt au rond-point de Cerdeirinhas, sur la Braga-Chaves, à quelques kilomètres seulement de Vieira, clôturant ainsi ce deuxième itinéraire.
​
Vous proposer ce parcours est un exercice fidèle à ce que je vous suggérais au début : même lorsque l’on vit dans une région, il reste parfois difficile de sortir de sa zone de confort.
J’espère que ce deuxième itinéraire vous aura inspiré et vous aura donné envie d’explorer les merveilles cachées du Minho.
​
ESPAÑOL
¿QUÉ TE PARECE UNA PEQUEÑA ESCAPADA A VIEIRA DO MINHO (PARTE 2)?
Un día, prueba un ejercicio sencillo: busca en internet una ruta corta que sueles recorrer a menudo, y luego explora sus alrededores. Intenta definir un itinerario que te permita conocer mejor la zona. Observa cada lugar, cada parroquia, y descubre qué los hace únicos.
En poco tiempo, tendrás una lista de puntos de interés tan larga que quizá acabes renunciando a organizar un recorrido, ¡tantas son las posibilidades!
Ese es el dilema del microturismo: todo se vuelve demasiado amplio y complejo para el tiempo de que disponemos. Pero con un poco de preparación, es posible redescubrir las regiones que nos rodean.
Pensamos que conocemos todos sus rincones, pero pronto descubrimos que lo más hermoso aún está por llegar.
DÍAS EN VIEIRA DO MINHO (PARTE 2)
Este es el itinerario más cercano al Gerês, ya que Vieira tiene la particularidad de que gran parte de su territorio forma parte del parque nacional. Esto permite hacer diversas caminatas, desde la presa de Caniçada hasta los alrededores de Montalegre.
Probablemente sea la ruta más frecuentada por los excursionistas de domingo, atraídos por las espectaculares laderas del Cávado.
Salimos de Anissó para incorporarnos a la carretera Braga–Chaves. Pero en lugar de girar hacia el norte, continuamos un poco en dirección a Braga para visitar otro santuario: el de São Mamede, que se encuentra en el municipio de Póvoa de Lanhoso. Hay que subir algunos kilómetros, pero vale la pena: desde lo alto, la vista sobre el yacimiento arqueológico de Castro, a 750 metros de altitud, es espléndida. Te recomiendo ir durante la fiesta anual del ganado y la leche, para disfrutar del ambiente festivo y las actividades locales.
Una vez terminada la visita, puedes volver a la carretera principal para seguir hacia el norte. Pero si tienes un poco de hambre, haz una parada en Galetino, un restaurante local muy conocido.
Desde allí, la Pousada da Caniçada está a solo unos minutos en coche — y el desvío vale mucho la pena por la vista, que es sencillamente espectacular.
Después de la pousada, baja hasta la oficina de turismo de Rio Caldo, junto a los puentes que cruzan el Cávado. Allí encontrarás toda la información necesaria si deseas prolongar tu estancia en el Gerês. También puedes embarcar en el Brancelhe, un barco autorizado por el ayuntamiento que realiza un recorrido por la presa.
Después, sigue el curso del río hacia el sur, hasta llegar a Parada de Bouro (no confundir con el municipio vecino de Terras de Bouro). Al llegar a la presa de Caniçada, tómate un momento para admirar el monumental mural de Vhils, realizado en el muro de contención.
​
Ya estás en el límite del municipio, en Parada de Bouro.
Este pueblo, situado en una de las zonas más bajas del municipio, disfruta de un clima más templado, ideal para el cultivo de frutas — es allí donde se producen las famosas naranjas de Parada.
El cauce del Cávado ha formado un valle de rara belleza, especialmente cerca del puente de Boco, donde se puede apreciar la transparencia de las aguas y la vegetación exuberante.
El puente también destaca desde el punto de vista arquitectónico: fue uno de los primeros en hormigón armado de la región, construido con un solo arco. La zona también impresiona por la abundancia de capillas y casas señoriales. Las casas de Senrela y Vale son testimonio de la prosperidad del valle en el siglo XVIII.
Es hora de volver a Anissó — pero no olvides contarles a tus amigos que viste la antigua casa de CR7, visible desde la orilla izquierda de la presa, cerca de la playa.
Subiendo hacia Soengas, la carretera permite admirar el esplendor de una época pasada.
Allí se descubren numerosas casas señoriales, capillas y grandes fincas, como la Casa do Encomum, de 1785, con su era, sus arcos de piedra y su capilla anexa. Un poco más adelante, la Casa de Cibrão, también del siglo XVIII, llama la atención por el escudo esculpido en la fachada de su capilla, hoy convertida en casa rural.
La carretera nos lleva pronto a la rotonda de Cerdeirinhas, en la Braga–Chaves, a solo unos kilómetros de Vieira, concluyendo así este segundo itinerario.
​
Proponerte este recorrido es un ejercicio fiel a lo que te sugería al principio: incluso cuando vivimos en una región, salir de nuestra zona de confort puede ser difícil.
Espero que este segundo itinerario te haya inspirado y te haya despertado las ganas de explorar las maravillas ocultas del Minho.



